segunda-feira, 21 de junho de 2010

Os Maias


Os maias floresceram em um vasto território, que abrange Belize, parte da Guatemala, Honduras e a península de Yucatán no sul do México. Os maias formavam diferentes grupos étnicos e lingüísticos como os huastecas, os tzental-maia e os tzotzil.

Na reconstrução histórica da evolução dos maias, são apresentados três grandes períodos compreendidos entre: o período pré-clássico ou formativo, o clássico ou antigo império e o pós-clássico ou novo império.

• Período pré-clássico ou formativo (1500 a.C)
A organização dos maias era organizada em pequenos núcleos sedentários, viviam do cultivo do milho, feijão, e abóbora. Neste período, os maias desenvolveram a escrita hieroglífica baseada em um sistema complexo de linguagem gráfica integrados por signos, esta escrita cumpria um importante papel nos rituais e na religiosidade. Desenvolveram também, um calendário, uma astronomia altamente sofisticada, e também a técnica para a produção do papel, utilizando a casca de fícus.
• Período clássico ou antigo império (séculos III – IX)
Representa o auge da civilização maia, a população abrangia mais de quarenta cidades, e acredita-se que a população tenha alcançado em média dois milhões de habitantes que ocupavam a região das planícies, onde hoje é a Guatemala. As principais cidades eram: Tikal, Uaxactún, Copán, Bonampak, Palenque e Rio Bec. Os maias viviam em aldeias longe do núcleo urbano e, se dedicavam à agricultura. Acredita-se que neste período as cidades-estado, formavam uma espécie de federação de caráter teocrático e altamente hierarquizada nas diferentes classes sociais. Neste período surge uma fase de decadência cujas causas são desconhecidas, possivelmente uma catástrofe, uma invasão estrangeira ou uma epidemia tenha levado a população a se instalarem ao norte de Yucatán, e reorganizar o estado originando um novo império.
• Período pós-clássico ou novo império (séculos X- XVI)
Com a decadência da população maia da região central, a porção setentrional da península de Yucatán atinge seu apogeu. O novo império influenciado pelo militarismo deve cultuar Kulkucán, que simbolizava a figura da serpente emplumada. Os núcleos principais neste período eram: Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán. No final do século XII, a cidade de Maypán, passa a dominar toda a península e a organizar o império que durou até meados do século XV. Devido a sucessivas guerras das cidades existentes contra a hegemonia de Maypán, esta foi arrasada, o que resultou um longo período de anarquia e a desintegração da civilização maia.

Organização política e social

A sucessão do governo maia era de caráter hereditário, detinham o controle sobre o saber produzido na sociedade. As casas dos maias poderosos eram localizadas em torno dos templos, enquanto a dos maias pobres era afastada dos templos religiosos. A sociedade era extremamente hierarquizada, onde prevalecia o poder dos nobres responsáveis pela administração pública e chefia dos exércitos, em cada cidade-estado.
A divisão da sociedade maia era muito rígida. Existiam três grandes classes, os quais o indivíduo pertencia desde o nascimento.
• Em primeiro lugar a família real, incluindo os chefes, os guerreiros e os comerciantes.
• Em seguida formando a classe média, estavam os servidores do Estado, os sacerdotes e militares.
• Na posição mais baixa da sociedade ficavam os trabalhadores braçais, os agricultores, artesãos e os camponeses.


Economia e Cultura

A base da economia era a agricultura primitiva. O trabalho na terra era feito coletivamente, o sistema de irrigação aproveitava as águas do Rio San Juan e também as águas das chuvas. O trato da terra era em sistema rotativo de culturas, sem adubagem ou técnica elaborada, levando ao rápido esgotamento do solo e seu conseqüente abandono. Na preparação do terreno a ser cultivado, os maias cortavam as árvores e arbustos com machados de pedra e depois os queimavam. As sementes eram plantadas em buracos cavados no solo por estacas de madeira pontiagudas.
As observações astronômicas davam aos maias o domínio sobre o fenômeno da mudança das estações, o que permitia obter melhores colheitas. Os principais produtos cultivados eram: milho, feijão, abóbora, vários tubérculos, cacau, mamão, abacate, algodão e tabaco. Os excedentes da colheita se destinavam ao comércio na base de troca, possibilitando o desenvolvimento das principais cidades. Os maias também se dedicavam à caça, à pesca e criavam animais para a alimentação. Desconheciam, no entanto a tração animal, o arado e a roda. Por falta de matéria-prima local não conheceram também a metalurgia, mas desenvolveram importante indústria lítica (de pedra) que lhes fornecia armas, enfeites e instrumentos de trabalho.
Diziam os maias que, sobre a criação do mundo, houve uma luta entre dois grupos de deuses, o vencedor criou o mundo, mas, a existência de homens bárbaros e maus fez com que os deuses enviassem o dilúvio, eliminando toda forma de vida. Mas, através de um peixe misterioso chamado Itzamcabain, a terra foi novamente repovoada, mas a luta entre o bem e o mal continuou.
A religiosidade era uma constante, os sacerdotes eram considerados os detentores do saber, cultuavam vários deuses, e a maioria estava associada à natureza, como os deuses do sol, da chuva, do solo, da lua, do milho, para isto realizavam sacrifícios com animais e também com seres humanos. Para os maias, estes sacrifícios renovavam as forças dos deuses, através do sangue derramado, e estes eram necessários para garantir o funcionamento do universo, do tempo, das plantações e da vida dos seres humanos. Acreditavam na imortalidade da alma, no inferno, no paraíso, na vida após a morte e para comunicar com seus ancestrais ingeriam drogas alucinógenas.
O sistema de calendário dos maias era responsável por organizar as atividades cotidianas e registrar os acontecimentos políticos e religiosos, para tanto utilizavam-se de critérios baseados na fase lunar. O calendário constava com o ano astronômico de 365 dias. Além disto, os maias também adotavam um dia extra a cada quatro anos, como ocorre no atual ano bissexto, e o ano sagrado regia as cerimônias religiosas e as tarefas agrícolas.
Em relação à medicina, a ciência associava-se à magia tanto no diagnóstico quanto no tratamento das doenças. As enfermidades podiam ser atribuídas a fenômenos naturais ou sobrenaturais e, o médico ou feiticeiro era responsável por receitar infusões, ungüentos, sangrias ou poções mágicas.
Os maias foram considerados os inventores do conceito de abstração matemática, estes criaram um número equivalente à zero. E estabeleceram o valor relativo dos algarismos de acordo com sua posição. Seu sistema de numeração de base vinte era simbolizado por pontos e barras.
Eram considerados hábeis guerreiros, usavam o arco a flecha o machado de metal, e protegiam-se com escudos, quando vencedor, cortavam a mandíbula inferior do inimigo para usar como bracelete.

Arte e Arquitetura

A arquitetura, voltada, sobretudo para o culto religioso, proporcionou o surgimento de magníficas construções, como: o templo do grande Jaguar, o templo do grande Sacerdote, o templo da serpente Bicéfala e os palácios. Como não tinham o conhecimento da roda o serviço era totalmente braçal e necessitavam de muita força humana. As pedras usadas nas construções maias eram extraídas de pedreiras locais, com maior frequência era usada pedra calcária. Nas construções de casas comuns, o material mais utilizado era a madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, mas já foram encontradas casas feitas de pedra calcária.
A escultura maia era subordinada à arquitetura como elemento decorativo e, considerada rica fonte de informações sobre a cultura. As esculturas eram feitas em pedra, estuque e madeira, e decoravam lápides, frisos e escadarias. A representação mais comumente encontrada nas ruínas era de serpente. A pintura era empregada para destacar temas religiosos ou históricos, e também empregada para decorar a cerâmica. A cerâmica maia era dividida em: utensílios de cozinha e para oferendas fúnebres. Os vasos de barro relatam momentos cerimoniais, a preparação para as batalhas e os sacrifícios de prisioneiros.

Conclusão
Ao contrário do que diz a crença popular, o povo maia não deixou de existir, ainda hoje vivem milhões de pessoas na mesma região que ainda falam alguns dialetos da língua original. Hoje é considerada uma região turística, que recebe inúmeros visitantes que desejam conhecer o legado que foi deixado. Os maias que sobreviveram passaram sua cultura de geração em geração, e conservam as tradições que resistem à influência do mundo ocidental. Produzem os vasos de barro, e trajes típicos com desenhos de sua cultura. Os camponeses maias preservaram alguns traços da religiosidade e incorporaram alguns deuses. As atividades agrícolas são acompanhadas de rituais, o trabalho em comunidade é valorizado e o respeito à natureza é preservado.

BIBLIOGRAFIA
SOUSTELLE, Jacques - A civilização Asteca, Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.

LEHMANN, Henri. As civilizações pré-colombianas. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 119 p.

PINSKY, Jaime (Org.) História da América através de textos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2007. 173 p.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. 12. ed. São Paulo: Atual, c1994. 96 p.

NOVA enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1997. 18 v. ISBN 8570264801(obra completa). Vol. 2 – Astecas Vol. 8 - Incas, Vol. 9 – Maias.

3 comentários:

  1. Todas as bibliografias são iguais mesmo?
    ótimos textos.!

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  2. AI EU GOSTEI MUITO DE SABER SOBRE OS MAIAS É MUITO BOM GOSTEI DE MAIS NEH OBRIGADA

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